NÃO É MAIS UMA HISTÓRIA
DE VAMPIROS E LOBISOMENS
A convenção
milenar aconteceu à meia noite; pois esse é o melhor horário para vampiros e
lobisomens. Não era uma festa ou algo o
tipo. Era uma tentativa de conciliação. Imagine só: Vampiros e lobisomens
estavam prestes a assinar um acordo lendário que traria a paz eterna a todos os
seus membros de uma vez por todas! Apesar de esses encontros serem realizados a
cada mil anos, as lembranças do último – e, diga-se de passagem, mal sucedido -
ainda permaneciam vivas nas mentes de muitos ali.
Acreditem; o
lugar escolhido para a convenção era o Rio de Janeiro! O Brasil estava com tudo
mesmo! A terra da Copa e das Olimpíadas agora receberia o alto escalão da
Transilvânia. Porém, era tudo muito secreto. Nem mesmo as autoridades
brasileiras sabiam do evento. Mesmo assim, tudo era cheio de pompa. Até o
Cristo Redentor fazia parte da paisagem!
Mas vamos ao
que interessa; a reunião estava esplêndida. Todos os lobisomens vieram desta
vez. Dizem as más línguas (dos vampiros) que até banho e tosa eles fizeram. O
mais antigo, Licaão, estava sentado ao lado do ilustre conde Drácula. Nem presas
tinha mais. Estava decrépito, contudo olhava com saliência para a enfermeira
particular do conde. Queria uivar diante daquele traseiro, mas nem forças para
isso tinha mais.
Emburrado
mesmo estava Lestat de Lioncourt. Repetia para si mesmo: “Eu quero interferir nas
coisas, fazer as coisas acontecerem!”, mas pouco havia o que fazer ali.
Foi consolado pelo horroroso Nosferatu. Que cara feio era aquele!
Na ala dos licantropos era possível ver lobos para todos os
gostos: Versipélios, Volkodlákes, Werewolves, Dracopyres, Óborotens, Hamtammres,
Loup-garous, Arbac-apuhques, Lobisomens brasileiros e até mesmo aquele novinho
que ficara famoso no cinema. Já na ala dos vampiros, existiam sanguessugas de
todas as partes do mundo, sempre bem tratados por nosso anfitrião Bento
carneiro. Apenas aquele casal famosinho – isso mesmo, aquele que brilhava como purpurina – quis assistir a tudo de um camarote VIP. Era uma cena deveras
pitoresca de se ver.
Após o show da cantora Natasha, que estava acompanhada
de seu marido Angel, um stand-up de Astromar Junqueira fez a todos darem boas
gargalhadas. Tudo estava pronto para a assinatura do tratado de paz que seria
celebrado com as assinaturas de dois representantes legítimos dos clãs. Um lobo
muito distinto de nome Lawrence Talbot representaria os licantropos. Para
assinar em nome dos vampiros ergueu-se um pacato médico chamado Carlisle.
O silêncio era geral.
Segurando a pena (claro, deve-se ter classe
nessas horas), o jovem lobisomem pensou por alguns segundos. Aquele ato mudaria
a história para sempre. Era muita responsabilidade para um único lobo. Olhava
nos olhos de seu porvir aliado e refletia. Tudo acabaria ali! Não mais guerras,
ou lutas, ou discussões – seria um eterno mar de rosas.
“Nem ao menos um motivo para esganar um dentuço
desses” – considerava Talbot. Era o início de uma era em que lobisomens e
vampiros andariam de mãos dadas, cantarolando e atirando flores para o céu.
Tudo bem melodramático. Quase uma afronta.
Após muito refletir, um leve sorriso foi esboçado
no rosto de Talbot. Imediatamente traduzido e concordado por Carlisle.
Em uma breve troca de olhares, ambos sabiam que uma existência sem a adrenalina
da inimizade os condenaria a um paraíso forçado. Num ato de total desrespeito –
graças aos deuses da noite - o jovem
lobisomem rasgou o acordo.
A plateia suspirou, atônita. Diante do gesto de
confirmação de Carlisle, ambos deram um ultimo sorriso. O que se seguiu
foi uma luta daquelas, digna de cinema! Mais uma vez o acordo havia ido por
água abaixo e, para alegria de lobisomens e vampiros (e nossa, eu diria), o
conflito continuaria. E viva a ficção!
Nossa adorei já estava ficando com medo deles pararem de guerrear kkkkkkkkkkkkk.
ResponderExcluirMuito bom o conto mais uma vez parabéns.
Beijos
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